Não conheço o Mark Zuckerberg. Mas não gosto dele. Deve ser influeência do filme A Rede Social. De tudo que li sobre ele, das entrevistas que vi. Das apresentações que ele fez. Não sei, apenas não gosto dele. Também não gosto da rede dele, nem do jeito que o Facebook começou. Um bando de garotos tontos de fraternidades avaliando as meninas, dando nota, comparando, essas besteiras. Não era pra mim, não era meu mundo. Era coisa de gringo tonto.
Mas se tem uma coisa que faz sucesso é bobagem. E se tem outra coisa que é verdade é que brasileiro adora copiar americano. É um fato, já estava assim quando eu cheguei. E olha que eu cheguei faz tempo e já copiei também. A gente é assim, copia, adere, coisa de humano mesmo.
Só que eu nunca gostei do Facebook. Acho um outlook express aberto, cheio de slides de power point esparramados. Só falta o arquivo midi pra tocar musiquinha.
Respeito quem usa, não quero fazer inimigos. Até porque ter 1 bilhão de inimigos deve ser complicado, embora seja mais fácil do que ter 1 milhão de amigos. Mas não é pra mim. Acho o Facebook cafona. Cafona. O lado cafona de cada um. O lado ególatra. Autopromoção. Gente se vendendo. Escrevendo releases de si mesmo. Postando suas fotos. Transformando sua vida num reality show e seus amigos e parentes em personagens. E, como é uma rede social, todo mundo posta seu reality e assiste um pouco o do outro pra que o outro assista o seu. E aí todo mundo se dá like mutuamente e fica aquela xaropada.
Facebook não é pra mim, sou meio avessa, azeda, não sei. Só sei que Facebook e eu, não nascemos um pro outro.
Usei pouco. Entro de vez em quando. Tem um amigo que vou visitar no Carnaval e acho que só tenho contato com ele por inbox.
Daí que em vez de deletar a conta (até porque preciso acessar profissionalmente) desativei. Parei de postar. Olha, nem me faz falta.
O serviço eu entendo. É blog pra quem não tem blog, é site pra quem não tem site, é arquivo de fotos pra quem não usa flickr. Enfim, o Facebook tem um monte de serviços reunidos num lugar só. E tem joguinhos viciantes. E tem a capacidade de oferecer ao mundo uma das atividades mais apreciadas, a bisbilhotice. Nâo gosto de bisbilhotar. Não porque sou uma pessoa maravilhosa, mas porque não me interesso de verdade por muita gente. Nasci assim. Me interesso por ideias, textos, descobertas, por equações, animais, informações, histórias, ficção. Mas não gosto de bisbilhotar a vida das pessoas. Acho perverso, nunca é pra coisa boa. Nem vida de filho eu bisbilhoto, imagine de gente que não conheço.
E tem a coisa dos likes. Não entendo.
Não entendo porque todo mundo dá like quando um amigo troca o avatar. O que significa isso? Ela troca o avatar e todo mundo dá like. É tipo um jogo? Quando a pessoa disser mandrake ou trocar o avatar, você para tudo e dá like? Por que? Pra ela dar like em você? Acho doido.
A pessoa posta qualquer coisa e todo mundo vai lá dar like. Que mundo é esse onde todo mundo gosta de tudo de todos o tempo todo? Soa falso pra mim. Falsobook, esse deveria ser o nome.
Mas não vou ficar fazendo a ranzinza. Se as pessoas gostam, usam, são felizes, melhor pro mundo.
Agora, uma coisa eu digo, o Paper é ótimo.
Tá certo que é o Zuckerberg mais uma vez copiando. Ele copia o twitter, copia tudo, agora copia o Flipboard. Mas o Paper é ótimo, um app que transforma o FAcebook numa revista. Lindo. Prático, excelente mesmo. Olha que bonito.

O Paper eu vou usar. Pra ler. Baixei e adorei. Mas do Facebook, como ele é hoje, eu saí.
Deixa ele lá, paradinho. Uso pra logar, respondo alguma coisa, mas não quero. É muito grande, o FAcebook, uma China de gente. GEnte produzindo conteúdo que se perder. Não tem search decente. Não dá pra customizar. Acho uma bolha dentro da Internet. O Facebook é como era a AOL, a America on line, uma ilha dentro da Internet. Tem gente que nem acessa a Internet, só entra no Facebook.
Não é pra mim.
Dez anos de serviço? Parabéns. A gente tem que reconhecer o sucesso do outro. Incrível, impressionante mesmo.
Do Paper eu gostei.
Vou comemorar assim, testando o aplicativo. E imaginando se daqui a 10 anos, o FAcebook ainda vai ser tudo o que é.
O post Porque saí do Facebook, que está fazendo 10 anos apareceu primeiro em Rosana Hermann.
Original Article: http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/porque-sai-do-facebook-que-esta-fazendo-10-anos/2014/02/04/
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