Klebber Toledo é aquele genro que toda mãe pediu a Deus. Além do corpo escultural e do par de olhos azuis, Klebber é do tipo que ajuda idosos na rua e não faz questão de transgredir regras. Ao contrário. O moço certinho não é adepto de bebedeiras e, sempre que sai para curtir a noite, fica na função de cuidar dos amigos.
"Geralmente sou o cara que está sempre de carro. Nunca fui de sair e encher a cara", contou. Solteiro, Klebber diz que não beijou ninguém desde que seu namoro de três anos e meio com Marina Ruy Barbosa chegou ao fim. "Não tive nenhum relacionamento ainda. Estou muito focado no meu trabalho", diz o intérprete de Leonardo em 'Império'. Com vocês, o príncipe que fugiu da Disney! Ops! Klebber Toledo!
No primeiro dia de 'Império', lembro que você não confirmou que Leonardo era homossexual. Ele é bissexual, é isso?
Acho que me interpretaram mal. Eu tive relatos de pessoas que tiveram um relacionamento homossexual apenas uma vez e que foi de carinho, de sentimento, que não necessariamente se repetiu pela condição do sexo. Quis deixar meu personagem se colocar dessa forma, como essas pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo, mas que não se definem como homossexuais. Evitei o rótulo. Ele é apaixonado pelo Claudio (José Mayer) e, por amá-lo, não conseguia dar continuidade aos relacionamentos que ele tinha com as mulheres.
Você, Klebber Toledo, acredita que as pessoas se apaixonam por pessoas e não por sexos?
A pessoa se apaixona pela pessoa, pela admiração, não simplesmente pelo corpo masculino ou feminino. Acho que a coisa é maior que isso: a pessoa se abre do fator opção sexual para viver um sentimento. Acho interessante e diferente, porque nunca tinha pensado nisso e é exatamente assim.
Agora, passado o início da novela, acho que você está mais relaxado com o personagem gay, não? Eu sentia você meio travado.
Não, não estava travado não, Leo. Eu não conhecia realmente o personagem, então eu tinha cuidado ao falar dele. Foi isso. Pelo contrário, não era travado, havia uma ansiedade no desenvolver dele. Eu não podia apresentar um peguete do Claudio, porque não era. As pessoas tinham que entender que ali existia uma história de amor.
Te cansam as perguntas sobre beijo gay?
Não me cansam, não. Até porque, graças a Deus, a gente tem oportunidade de falar sobre isso em todos os veículos: rádio, TV, internet e impressos. É bom que haja interesse das pessoas e eu sempre soube que isso iria acontecer.
Você chegou a dizer em uma recente entrevista que pegou dicas com o Marcelo Serrado, que deu vida ao Crô de 'Fina Estampa'. Como foi?
Marcelo é um cara muito querido. Encontrei com ele no Festival de Cannes, e ele veio comentar sobre esse personagem que o Aguinaldo (Silva, autor da novela) me deu. Lembro que ele falou assim: "Independentemente da forma que você for fazer esse personagem, faça com verdade". Ele rendeu muitos elogios ao Aguinaldo, assim como eu.
Você é visto como um príncipe. Isso te incomoda de alguma forma?
Não me incomoda. Sou um cara que tenta fugir dos rótulos, como te falei no início da entrevista. Mas isso aí faz parte. E que bom que as pessoas pensam isso. Não é uma coisa ruim, que remeta a chatice, é algo bom. Acho que essa visão é pelo meu jeito de respeitar o certo. Não tem a menor chance de eu fazer mal para alguém. Não sou um cara de briga. Eu respeito as pessoas. Se vejo uma senhora atravessando a rua, vou dar a mão, vou ajudar, acho que gentileza gera gentileza. Acho que é a partir daí que surge esse rótulo.
Resumindo: você é um príncipe. Parar para ajudar a velhinha a atravessar a rua é coisa de príncipe, Klebber.
(Risos). E eu ainda troco ideia, irmão. Adoro bater papo, converso com todo mundo. Se alguém um dia tivesse oportunidade de participar do meu dia a dia iria ver que, por onde eu passo, puxo conversa. É engraçado. Quando chego no Projac, começo a cumprimentar as pessoas desde a portaria. Converso com o segurança, pergunto como estão as coisas, depois chego na sala de cabelo e maquiagem, cheia de pessoas maravilhosas, e falo à beça. Elas participam muito da minha rotina, não tem jeito. Nos restaurantes que eu vou, já conheço as pessoas, chego colocando o papo em dia, sabe? Isso tem a ver com a minha família também, que é do interior. Eu gosto de chamar as pessoas pelo nome e estar perto. Se depender da nossa correria, não temos tempo nem de olhar para as pessoas.
Me conta como foi a sua criação? Quero saber da sua história em relação à sua família.
Ah, cara, sou um sujeito privilegiado. Todo mundo fala que eu nasci no interior de São Paulo, em Bom Jesus, mas, na verdade, foi na capital mesmo. Fui para o interior com 7 anos, tinha uma vida simples. Frequentei colégio público… Eu era um pouco bagunceiro. Fui ficando mais velho e comecei a jogar bola, depois saí de casa, morei em república…
Morou em república?
Morei.
Você falou que tinha uma vida simples. Como era?
Simples porque, quando eu não tinha dinheiro da passagem para ir ao treino, eu pegava a bicicleta e ia. Às vezes, quando tinha alguma festa, nós íamos caminhando cerca de oito quilômetros para chegar. Festa naquela época era se reunir na praça, bater papo e comer pastel. Era a diversão de jovem, que não era latente como hoje. Não sou um cara de ficar pedindo e, quando saí de casa, não foi diferente. Eu tinha que batalhar pelo que eu queria. Trabalhei como garçom em eventos, como modelo, bartender, monitor de festa infantil… Já passei dificuldade. Minha criação foi com uma mãe maravilhosa, religiosa, que acredita muito em Deus. Já faz 15 anos que saí de casa e nos falamos todos os dias. Minha família é muito unida.
Você tem irmãos?
Tenho um irmão mais velho. Ele é aquela pessoa de coração bom, não tem jeito. Temos o nariz igual (risos).
Você já fez algo transgressor na sua vida?
Como assim?
Você é tão certinho, do interior, já teve algum dia de loucura? Tipo bebedeira, sabe?
Sou garotão, gosto de sair à noite, mas seguro a onda. Gosto de cuidar das pessoas. Geralmente sou o cara que está sempre de carro, nunca fui de sair e encher a cara. Um dia desses fui viajar com uns amigos e meio que fiquei segurando a onda deles. Tipo, no controle da situação. Claro, já brinquei muito, já dancei pra caramba… Hoje, com quase 30 anos, as coisas estão mais tranquilas. Não sou de noitadas e festas. Prefiro viajar, nada de bebedeira, nunca foi minha onda. Não gosto de passar do ponto. Claro que adoro uma cervejinha, mas sem exageros.
Como era sua autoestima? Quando você percebeu que era bonito?
Cara, não sei dizer. Vou ser sincero com você, eu não tenho essa autoestima toda, não. Mas é uma coisa com que eu não me preocupo.
Mas quando você percebeu que chamava mais atenção do que os seus amigos?
Bom, Leo… Eu acho que junta uma coisa também. Não é só beleza e olhinho claro. Vou te dar um exemplo básico: na época de garoto, quando a gente estava aprendendo a dar salto mortal na piscina, eu adorava desafio, não ficava naquele medo. Acho que chama atenção a atitude. Gosto de agir, de fazer e de ter desafios.
E cantadas? Como você reage a elas?
Eu adoro. Quem não gosta de ganhar uma cantada? Faz bem para o ego, claro, com respeito. E as pessoas me respeitam muito. Sempre é uma palavra legal, um elogio bacana, o máximo que acontece é um "casa comigo?" ou um "ah, lá em casa…". Mas não são vulgares.
Dá exemplo de algumas outras cantadas?
Já ouvi algumas engraçadas, como: "Isso não é 'Tela Quente', não, é 'Temperatura Máxima'". Depois dela eu até parei e agradeci. Essa foi muito boa, muito criativa. E ela foi corajosa, porque eu teria vergonha (risos).
Qual foi a última vez que você beijou na boca?
Eu ainda namorava, né?
Mentira! Jura?
Claro, já faz um tempo, né? Não estou contando em cena, claro. Não tive nenhum relacionamento ainda.
Você é tranquilo assim?
Acho que é uma questão de maturidade e não paciência e tranquilidade. Eu saí de um relacionamento de três anos e meio, estou muito focado no meu trabalho, que toma meu tempo. Isso não só com a Globo, mas também com a minha produtora, cursos… São muitas coisas na cabeça. Estou num momento light, maravilhoso de vida, tranquilo, malhando, surfando, jogando bola e aprendendo coisas boas . É um momento meu e ainda não apareceu ninguém. Não estou fechado para isso.
Você mora sozinho, né?
Sim.
A impressão que eu tenho é que você é muito organizado, que separa as camisas por cores, tem gavetas para meias e cuecas… Estou errado?
Eu tenho tudo separado, sim. Mas, hoje em dia, não sou eu quem faz isso. Eu tenho uma diarista maravilhosa que cuida da minha casa. Faço algumas coisas de praxe, como compras…
Você faz compras no supermercado?
Faço um pouco de tudo, Leo. Quando pinta alguma coisa da minha casa, sou eu quem resolve. Quando faço compra, por exemplo, arrumo na geladeira com todos os rótulo virados para frente, como uma prateleira mesmo, sabe?
Mas isso não é TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), Klebber?
É, pode até ser (risos). O meu personagem tem um pouco disso também, Aguinaldo adora (risos). Tudo é muito organizadinho.
Faz uma análise sobre qual a imagem que você acha que as pessoas têm de você?
Acho que elas veem um cara bacana, tranquilo e batalhador. Acho que a maioria me vê como realmente eu sou. Não sou do tipo de pessoa que gosta de mentira e ponho na prática o que minha mãe sempre me falou: 'Não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você'. Gosto de levar minha vida para o lado do bem. Espero que me vejam dessa forma mesmo, além da forma de um príncipe.
Original Article: http://blogs.odia.ig.com.br/leodias/2014/10/18/se-vejo-uma-senhora-atravessando-a-rua-vou-dar-a-mao-diz-klebber-toledo/
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