domingo, 1 de junho de 2014

‘Aprendi com Marcelo e com Mick que em boca fechada não entra mosca’

'Aprendi com Marcelo e com Mick que em boca fechada não entra mosca'
Leo dias

A minha relação com Luciana Gimenez (assim como com a maioria dos artistas, talvez) já teve altos e baixos. Em um fatídico dia de Carnaval, eu e ela batemos boca num camarote da Sapucaí por uma besteira. Hoje, graças a Deus, está tudo na paz. Ela até virou minha "chefe" no meu segundo emprego.

Aliás, nesta entrevista, Luciana rechaça qualquer tipo de privilégio por ser mulher de um dos donos da Rede TV!, Marcelo de Carvalho. A conversa aconteceu na última sexta-feira, pouco antes de ela começar a gravar uma entrevista com Larissa Riquelme. Com vocês, a sinceridade de Luciana Gimenez.

luciana

Como está sua saúde agora, depois do desmaio que você teve semana passada no seu programa?
Então, eu estou melhor. Tomando antibiótico, por causa dessa gripe que atacou até a minha sinusite. Mas já estou muito melhor. Vamos falar assim…

Saiu uma nota, na sexta-feira, dizendo que você estava indo para o seu apartamento em Nova York porque estava abalada com a repercussão do seu desmaio. Você está pensando mesmo nisso?
Ai, seria uma delícia, né? Por mim, já teria indo ontem (risos).

Pois é, saiu essa notícia e eu soube que até os patrocinadores do seu programa se assustaram. Essa história não é verdade,então?
(Risos). Lá em Nova York não tem desmaio, né? Só se for na Quinta Avenida… Falando sério, a vontade que me dá de ir para Nova York é grande, mas tenho marido e dois filhos (Lucas e Lorenzo Gabriel) que moram aqui. Então, não dá pra me mudar, só ir rapidinho e voltar.

Eu reparo que você é muito comunicativa e espontânea, mas quase não se veem entrevistas suas por aí. Por quê?
Quer saber a verdade? Eu aprendi isso com uma pessoa muito inteligente e foi quando eu pisei na tal da fama. Fama essa que, se eu não tivesse uma veia artística, seria passageira. Eu aprendi que em boca fechada não entra mosca com um cara muito reservado e que entende muito, que é o meu marido, Marcelo, e com o Mick Jagger. Ele só dá entrevista em show e olhe lá. Eu tive que seguir o exemplo de alguém e foi o dele. Acho que a gente só fala quando realmente tem algo a ser dito. Meu marido gosta de falar, mas o assunto é sempre business. Tem muita gente que consegue, mas eu não dou conta. Prefiro ficar quieta. Não critico, porque tem gente que faz e dá certo. Comigo não daria, porque eu sou bem mais reservada. Eu sou muito verdadeira e gasto muita energia com isso. Eu não gosto realmente de sair dando entrevistas por aí, mas eu consigo admirar quem faz, porque, na minha opinião, não deixa de ser uma forma de ser artista.

Você é do tipo de pessoa que não leva desaforo para casa, não é?
Eu sou educada. Falo baixinho, no ouvido, mas falo.

Existe preconceito por você ser a mulher do dono da Rede TV!?
Olha, eu vou te falar: se a Rede TV! fosse minha, o negócio seria bem diferente aqui. Não tem nada a ver isso de ser mulher do dono. Pode perguntar para minha diretora, eu não tenho privilégio algum. Isso até já foi alvo de briga com o meu marido. Eu queria ter mais privilégios, mas não tem isso. Minha equipe não é maior, levo bronca e posso dizer que, de repente, por ser a mulher do dono, as coisas até demoram mais a acontecer. Porque aí fica aquela coisa: "Ela é mulher do dono, vai entender." Para você ter uma ideia, tem vezes em que o programa muda de horário e esquecem de me avisar, porque acham que a mulher do dono já sabe disso (risos). Mas eu entendo a posição deles, sou funcionária como qualquer outro.

Ano passado você foi apresentada como a 'Oprah do Brasil' no programa 'The View'. Como foi essa experiência?
Eu acho que, para mim, foi o ápice. No Brasil, não dão valor para as pessoas que estão aqui. A gente precisa ir para fora do país para isso. Acho que ter sido a única brasileira a ter apresentado um programa da rede ABC, em inglês, ao vivo, e dividindo bancada com a Barbara Walters, que é a maior apresentadora do mundo, jornalisticamente falando, e da Whoopi Goldberg, que ganhou prêmios desde Oscar até Emmy, foi realmente muito legal. Fui elogiada e não sou do tipo de pessoa que se acha, entende?

Quero saber como é a sua relação com o dinheiro atualmente, e no passado também.
Teve uma época da minha infância que eu tinha dificuldade para pagar as coisas, de ver que no fim do mês não tinha grana. Eu já vivi isso. Eu tenho respeito pelo dinheiro. Outro dia, estava conversando com meu terapeuta sobre minha mãe e eu. Quando chegava determinada época, a gente falava: "E aí, como vamos fazer?" Não estou dizendo que passei fome, mas já tivemos períodos em que realmente faltava dinheiro. Sou comedida, sim. Dou muito valor ao dinheiro. Não vou dizer que eu não gasto, mas as coisas caras que eu compro são coisas que eu vou poder utilizar por muito tempo. Sou do tipo de pessoa que toma muito cuidado com as coisas. Tenho uma bota há 20 anos, por exemplo. Isso é desde sempre. Não ligo muito para carro… Gosto mesmo de viajar e de eletrônicos. Faço backup das minhas coisas, fotos de filhos, de momentos…

O seu prazer maior em gastar dinheiro é com viagens?
É, sim, com viagem mesmo. Olha, o meu filho Lucas, por exemplo, é uma pessoa superdesprendida com essas coisas. Ele não me pediu nada de presente de aniversário. Isso é da pessoa. Ele não é do tipo de criança que tem que ter o celular mais novo. Outro dia ofereci um para ele e, na mesma hora ele disse que não precisava, que dava para usar o dele.

Você compartilha nas redes sociais alguns dos procedimentos estéticos que você faz. Você testa tudo que aparece?
Eu erro, erro pra caramba, como todo mundo. Às vezes, sai errado. Não sou mascarada e não penso muito antes de fazer as coisas. Eu posto muitas coisas nas redes sociais também, não é só isso. É porque tem muitas coisas que as pessoas não falam. Vou te contar uma coisa: no dia em que eu caí dura, eu já podia ter ido embora, mas eu voltei dos comerciais para dar a chamada de uma senhora que teve o carro roubado com o cachorrinho dentro. Coloquei no meu Twitter, no meu Instagram e fiquei muito feliz de terem achado ele. Mas aí, se você fala uma coisa que as pessoas não entendem, aquilo ganha uma repercussão. Eu sou super do bem e nunca faria chacota de nada, inclusive essa questão social tem que ser tratada com muito cuidado nas redes sociais (no último dia 23, Luciana postou no Instagram uma foto em um helicóptero a caminho do trabalho, com a legenda "Vamos ter ônibus hoje?" e recebeu muitas críticas). Principalmente por nós, jornalistas. Depois, dão uma ênfase errada.

Claro. O episódio da foto no helicóptero foi um erro que qualquer um pode cometer, né?
Fui mal-interpretada. Moro no Brasil e não sou contra manifestação nenhuma, contanto que seja justa e democrática. Amo viver na democracia. Eu sou contra uma dona de casa levar quatro horas para chegar em casa. O que não pode é ter baderna, coisa que eu não vejo em todas as manifestações. Muitas são de forma pacífica.

A greve dos ônibus foi algo que te chateou?
NÃo quero me meter nessa história. Já fiquei triste e tudo que eu falo vira alguma nova história. Espero que esse problema seja resolvido da melhor maneira para todos nós.

Qual é o tamanho do seu jeans?
Então, eu lembro no dia que eu desmaiei e o meu marido foi brigar comigo para saber se eu estava comendo. Fiz questão de provar uma calça jeans e mostrar o tamanho para ele, que era 38 e eu, gorda, não estava cabendo. Eu já estou indo para o 40, mas vamos dizer 38,5, vai?

Mentira?
Não é pouco, é o que todo mundo veste. Eu sou normal, o meu biotipo é esse. Eu realmente não gosto de ver banha pulando. Não tenho nada contra os gordos, eu só quero ser magrinha. Conforme vai passando o tempo, o metabolismo vai mudando. Cada um se sente bem de um jeito.

Quem é a sua referência de beleza?
Acho a Gisele Bündchen o máximo. É loura, linda, casada com um bofe lindo, tem dois filhos e um corpão.

Loura é melhor do que morena?
Ela, já sendo loura, não precisa ficar tendo que retocar as mechas, que é um saco (risos).

Outro dia você postou um vídeo que repercutiu muito, no qual aparece com o rosto sangrando fazendo um tratamento estético. Você é resistente à dor pela beleza?
Não gosto de sentir dor, não. E não sou resistente à dor, mas, como eu não quero fazer plástica, optei por esse tratamento. Aqui não podia fazer, daí fui para Nova York e fiz lá.

Você tem algum tipo de fé?
Fé? Eu acredito em energia e também que tudo que a gente planta, a gente colhe. Eu sou uma menina muito sortuda.

Você acha que deu muita sorte?
Acho. A brincadeira é que nasci com bumbum virado para a lua. Até quando tem sorteio eu ganho. Mas, é claro, a gente tem que ajudar a sorte também, né?

Você acha que nasceu com o bumbum virado para lua?
Eu nasci. Nasci realmente. Mas eu também corro atrás. Eu me viro em vinte e me esforço.

Você acha que é alvo de inveja?
Todo mundo é. Você acha que não tem gente que tem inveja de você também, Leo?

Te chateou quando as pessoas disseram que você caiu no programa por uma causa espiritual?
Sim. E o nome do santo era: Santo da Gripe, daqueles que pegam e ficam (risos).



Original Article: http://blogs.odia.ig.com.br/leodias/2014/06/01/aprendi-com-marcelo-e-com-mick-que-em-boca-fechada-nao-entra-mosca/

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