sábado, 9 de fevereiro de 2013

O que é Oniomania?

 Eu ainda não conhecia e vocês?
Há pessoas que compram tudo o que querem, mesmo sem ter dinheiro suficiente. Comprar sem parar e sem necessidade pode indicar oniomania, a doença do consumo compulsivo. Para o oniomaníaco, cada compra representa um alívio temporário de alguma angústia. Pior do que isso: eles podem comprar várias calças da mesma cor e modelo, gastar todo o dinheiro em pares de sapatos idênticos aos que já tem, adquirir roupas para deixar no armário e objetos inúteis. Ana Maria Braga recebeu Hermano Tavares, médico psiquiatra, para falar sobre este transtorno, que atinge mais as mulheres. “É um transtorno democrático, não depende de renda. Há perda de controle independentemente da classe social”, explicou.

“Há pessoas que exageram e outras francamente compulsivas”, diferenciou Hermano. Para as compulsivas, a oniomania pode estar associada a outros transtornos psicológicos, como depressão, alteração repentina de humor, dependência de álcool e drogas, transtornos alimentares (bulimia, anorexia), entre outros. “O mais comum é comprar para lidar com emoções negativas. A vergonha é um traço marcante desse tipo de comportamento, que o diferencia do consumo comum”, explicou. O Mais Você contou a história da Maria dos Santos, de São Paulo, que há mais de 30 anos compra compulsivamente. “É muita angústia”, desabafou. A funcionária pública se tornou depressiva na juventude. O hábito de comprar, que era uma válvula de escape, se tornou compulsão.

A doença pode dar os primeiros sinais ainda na adolescência. “Há uma progressão. Em geral, pelos 30 anos de idade, o consumidor compulsivo já acumulou prejuízos e tem necessidade de buscar o primeiro tratamento, de ajuda”, explicou Hermano. O médico ressaltou que a dificuldade do brasileiro em lidar com compras a crédito piora a situação. “Ele não entende mecânica de juros progressivos. Matemática financeira deveria ser ensinada na escola”, disse. “Calçados me fascinavam.“Parcelava no cartão ou no cheque. Pra mim, era uma pessoa comum com condições de comprar. Depois, vi que não era. Pra pagar, apelava pra minha irmã, que me ajudava. Mas eu não assumia, tinha vergonha”, contou Maria dos Santos, que em um ano e meio comprou 150 vidros de esmalte e continua comprando. Além de tomar remédios para depressão, ela se trata com uma psicóloga e sonha com a recuperação. “Peço muito a Deus isso”.

A oniomania atinge em média dez mulheres para cada homem. Em geral, o paciente entra em dívidas e o orçamento no vermelho acaba afetando a vida familiar. Os familiares percebem que a pessoa não pára de comprar e que o exagero leva ao rombo financeiro, a estourar no cartão de crédito e cheque especial, que viram uma bola de neve. A psicóloga Tatiana Z. Filomensky, especialista em Terapias Cognitivas, contou que a doença não é fácil de ser diagnosticada. "Existe uma linha fina entre um comportamento de consumo considerado exagerado e a doença, entre o que é normal e o que não é normal dentro de um comportamento social."

Os consumidores compulsivos podem seguir algumas dicas para tentar se controlar. Uma delas é deixar os cartões de crédito, talões de cheque e levar pouco dinheiro ao sair de casa. Assim, mesmo que queira comprar, o consumidor não terá como. Outra dica é ponderar se o produto que quer adquirir está dentro de seu orçamento e se realmente precisa dele. Também é aconselhável, antes de realizar uma compra, pensar dois ou três dias e evitar ao máximo decidir por impulso. A psicoterapia e busca por autoconhecimento são importantes para ajudar o oniomaníaco a adquirir autocontrole.
http://tvg.globo.com/programas/mais-voce/v2011/MaisVoce/0,,MUL1631521-10345,00-ONIOMANIA+A+DOENCA+DO+CONSUMO+COMPULSIVO+ATINGE+MAIS+MULHERES+DO+QUE+HOMENS.html

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