Apesar de ter virado tema de debates nas redes sociais por aspectos, digamos, menos intelectuais, em um dos seus novos filmes anunciados recentemente, Scarlett Johansson vive uma "mula" (pessoa utilizada pelo narcotráfico para transportar drogas) que sofre alterações inacreditáveis em seu organismo devido à substância que carregava em seu corpo.
Como pode ser visto no trailer do filme "Lucy" (abaixo), todo o roteiro se baseia na ideia de que a protagonista passa a utilizar mais de 10% da capacidade de seu cérebro, adquirindo super-força, agilidade, reflexos sobre-humanos, poderes telecinéticos e telepáticos, dentre outras "groselhas" místicas – afinal, trata-se de um filme.
O preceito de que o cérebro pode ter seu potencial expandido também é o mote de outro filme, "Limitless" ("Sem Limites"), de 2011. Na trama, o personagem vivido por Bradley Cooper descobre o N.Z.T., uma droga fictícia que lhe confere acesso instantâneo a todas as informações contidas em sua mente, dentre outros poderes intelectuais inestimáveis. Se você ainda não assistiu, fica a dica:
Mas, tirando o universo da ficção da conversa, seria possível conseguirmos utilizar mais do que apenas 10% ou 20% de nossos cérebros?
A resposta é: sim!
E não tem truque ou técnica que o faça adquirir tal habilidade, você efetivamente já utiliza 100% do seu cérebro. Só que não ao mesmo tempo.
Esta suposta informação de que utilizamos apenas um décimo do órgão não passa de um mito antigo – com verbete próprio na Wikipédia, inclusive. A origem da teoria é incerta, às vezes atribuída ao psicólogo americano William James, noutras ao físico alemão Albert Einstein, mas o "mal entendido" certamente recebeu um empurrãozinho dos charlatões da publicidade que exageram "um pouco" na venda de cursos de programação neurolinguística, técnicas de memorização, palestras motivacionais, etc.
A ciência moderna, apesar de não conseguir influenciar os roteiristas de Hollywood, já comprovou que uma pessoa com funções cerebrais normais utiliza 100% de seu cérebro diariamente ao longo da vida. "Isso explica por que até microlesões cerebrais podem causar danos graves e irreversíveis", diz o neurocientista e pesquisador do Hospital Sírio-Libanês, Erich Fonoff.
Há até poucos anos atrás a mente humana era uma área ainda mais nefasta para os pesquisadores, o que originou uma série de outras lendas e desinformações. Apenas para citar algumas, saiba que você não ficará mais inteligente se ouvir música clássica, nem pode ser influenciado por mensagens subliminares. Os lados esquerdo e direito não "cuidam de assuntos diferentes", mas trabalham juntos, executando simultaneamente diversas tarefas em conjunto. Também não procede a informação de que beber ou fumar pode queimar neurônios, assim como não é verdade que danos ao cérebro sejam necessariamente permanentes. Quem acredita nessas coisas está autorizado a ter medo de misturar manga com leite…
Portanto, da próxima vez em que você "se sentir um grandessíssimo idiota, saber que é humano, ridículo, limitado", como disse o mestre Raul Seixas na música "Ouro de Tolo", lembre-se de que pelo menos a parte sobre você só usar "dez por cento de sua cabeça animal" é uma grande lorota.
Você pode até não chegar a levitar ou ler mentes, mas a única forma certeira de aumentar o potencial do conteúdo da sua caixa craniana é preenchê-lo de conhecimento.
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Fontes: Superinteressante | Wikipédia
Original Article: http://www.manualdomundo.com.br/2014/04/descubra-como-usar-mais-do-que-10-do-seu-crebro/
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