Janeiro acabou e a gente acha que a hora é boa para um reflexão sobre o que temos feito de errado ou chato na internet. Já falamos semana passada por que 2014 pode ser um bom ano para mudar nosso comportamento nas redes sociais: se 2013 foi dominado pela ansiedade do Fomo, o medo de ficar por fora das coisas, este ano que começa tem tudo para ser o do Jomo — a alegria aceitar que não precisamos estar ligados em tudo.
Mas não é a duplinha Fomo e Jomo o único problema que enfrentamos na web. Várias outras atitudes poderiam muito bem dar uma desaparecida dos nossos feed, timelines e afins. A gente listou 7 delas, mas a lista poderia muito bem ser maior. Aproveita que o carnaval é só em março e pensa sobre isso em fevereiro!
1) Shaming e linchamentos virtuais
O shaming é o ato de fazer alguém passar vergonha na web — que pode facilmente escalar para um linchamento virtual e acabar com vidas de verdade (mesmo, o bagulho é treta). As redes socias deram poder para que pessoas oprimidas pudessem se expressar, mas no lado negro desse poder, também criou uma arma de destruição em massa de reputações, como foi bem colocado nesta reportagem da Wired.
O dog shaming tá liberado rs :)
2) E, particularmente, o slut shaming
A prática nada mais é do que o shaming direcionado às mulheres, atacadas por, por exemplo, usarem roupas curtas. Coisa mais estúpida sair xingando alguém de 'puta' ou 'vadia' ou qualquer coisa assim só pela forma que resolveu expressar a própria sexualidade, ou por ter deixado alguém que ela confiava fotografar/filmar algo. E gente, falando nisso, pornô-revanche é maior bad — e vocês sabem que pode terminar muito mal.
3) As selfies de bunda
Né. Mas não só elas: as selfies de bunda são um exemplo extremo de como a internet está nos tornando narcisistas carentes loucos por atenção. Relaxa, meu povo. Chama os amigos e vai no bar. A gente tá torcendo pra 2014 ser o ano do Jomo: joy of missing out, ou a alegria de perder as coisas. Fuck Fomo.
4) O "só que não" #sqn
Tá na hora de parar de avisar que uma frase é irônica, isso aí não faz sentido algum. Imagina quão ridícula seria a literatura com um monte de só que não. "Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei (só que não)", diria Brás Cubas. Ou "Moça linda bem tratada, / três séculos de família, /burra como uma porta: / um amor #sqn", no poema do Mario de Andrade. Aliás, esse lance de tudo ser ironia já ficou bem chato.
5) Dar opinião sobre tudo antes de pensar
Um pouco de reflexão nunca fez mal a ninguém: quer muito falar sobre um assunto? Vale passar um tempo pensando sobre o tema. Se for sobre um texto por exemplo, ler o texto é um bom começo (risos). Mais uma dica boa: ninguém precisa ter opinião sobre tudo. Tá tranquilo não manjar do Assunto Polêmico da Semana.
6) Narrar a própria vida no Facebook/Instagram
Atenção: não precisa avisar todo mundo quando for dar unfollow em alguém, não precisa avisar quando for tomar banho, não precisa avisar quando espirrar, nem quando você estiver respirando. Aproveita e para de avisar que tá comendo também ahaha (você sabe, postando fotos de pratos por aí).
7) Hate click, o clique da indignação
Pra que clicar em algo só por raiva: temos mais é que tirar a audiência desse tipo de conteúdo. Tem muita polêmica inútil por aí, e também muita gente que joga com a sua indignação para ganhar audiência. Apenas ignorar é uma solução mais agradável. Sério, muito coisa não merece ser nem vista, quanto mais comentada.
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